Entrevista Com Paola Oliveira
Você também teve alguma professora especial como a Cate?
- Sempre tive uma relação muito bacana com professores, mas teve uma que foi especial e eu adorei resgatar essa memória na preparação para a personagem. Ela se chamava Samira. No fim da aula, a turma toda formava uma fila enorme só para receber um beijo dela e ficar com a marquinha do batom. Ela nos ensinou muito e não só na parte didática, também se envolvia nas relações pessoais, percebia se alguém estava chateado ou triste. Foi nossa professora da antiga 5ª à 8ª série. Eu lembro que, para a minha festa de formatura, os pares iam ser sorteados e eu torcia muito para dançar com um menino. Quando fui mesmo sorteada para dançar com ele, fiquei radiante e a professora acompanhava tudo.
O filme faz os adultos reviverem esses momentos…
- Sim, a Cate é um personagem muito inspirador, traz uma mensagem de liberdade, de como despertar nas crianças o fascínio pelo conhecimento. Porque hoje, para as crianças, é tudo ‘não pode’, ‘não faz’, as pessoas mentem para elas. E a trama é também uma grande homenagem aos professores.
Foi difícil trabalhar com tantas crianças?
- Foi engraçado, porque elas bagunçavam mesmo, não só nas cenas da turma, mas nos intervalos também. Imagina, eram 30 crianças! Mas eu adorei, porque tenho quase um vício de observar muito as pessoas, perceber como elas são de verdade, e isso com crianças é maravilhoso, porque elas são muito transparentes. A gente foi descobrindo a chave de cada um para que a coisa funcionasse: um trabalhava melhor na brincadeira, com outro precisava falar mais sério. E eles foram aos poucos, como os próprios personagens, descobrindo esse encantamento pelo aprendizado, pelo texto. Adoraram o código que a Cate cria com a turma e que no fim se revela importante na trama. A gente foi criando uma relação muito bacana, eu conversava com as meninas, tirava foto com todos. As crianças se envolveram muito, foi emocionante.
A personagem é inspirada numa professora real, da infância do Ziraldo. É difícil compor um personagem que de fato existiu e que já tinha sido retratado num livro de sucesso?
- Sim, a responsabilidade é maior, porque a imagem da professora já estava consolidada no imaginário através do livro, então as pessoas já chegam ao filme com essa informação. E também tinha minha preocupação em relação ao Ziraldo, que conheceu a professora real, se ele iria gostar da minha Cate. Mas fiquei muito feliz porque ele gostou de tudo que eu propus, como o alto-astral dela, essa postura vibrante, animada.
Filmar em Minas foi importante para entrar no clima da história?
- Foi fundamental estar em São João del Rey, conviver com aquela atmosfera romântica de cidade do interior, carregada de ‘mineirice’. Eu optei por um sotaque mineiro suave, que não gritasse, porque acho que é sempre melhor pecar por falta do que por excesso. Então, o jeito mineiro da Cate vinha muito mais da simplicidade, do romantismo, do que do sotaque, por isso foi tão importante esse período filmando em Minas.
Sua estréia no cinema foi num filme com temática bem adulta, Entre Lençóis (de 2008). Como foi a transição para o infantil?
- Olha, se eu puder escolher, só vou fazer filmes tipo Uma Professora Muito Maluquinha (risos). Na minha carreira, tenho transitado bem entre extremos, em novelas já fui boa, já fui má, fiz tramas de vários horários. Quando minha empresária soube que o Diler (Trindade, produtor) tinha o projeto de fazer o filme, a gente marcou uma reunião e eu cheguei já ‘montada’ como a Cate, com os cachos, o visual. Aí ele comprou a ideia. As pessoas me perguntam se tive sorte na carreira: acho que sorte é ver a oportunidade e correr atrás.
Aos 28 anos, Paola é uma das atrizes mais requisitadas da televisão. Protagonista da novela Insensato Coração (2011), da Rede Globo, destacou-se desde seu primeiro trabalho na emissora, em Belíssima (2005). Em seguida viveu a protagonista de O Profeta (2006), a mocinha Letícia de Ciranda de Pedra (2008) e a vilã Verônica de Cama de Gato (2009). Em 2010, participou das séries As Cariocas, de Daniel Filho, e Afinal, o que Querem as Mulheres?, de Luiz Fernando Carvalho. No cinema, Paola estreou no filme Entre Lençóis (2008), em que vivia a protagonista Paula. Fez ainda Budapeste (2009) e participou do infantil Eu e Meu Guarda-Chuva (2010).
Aos 28 anos, Paola é uma das atrizes mais requisitadas da televisão. Protagonista da novela Insensato Coração (2011), da Rede Globo, destacou-se desde seu primeiro trabalho na emissora, em Belíssima (2005). Em seguida viveu a protagonista de O Profeta (2006), a mocinha Letícia de Ciranda de Pedra (2008) e a vilã Verônica de Cama de Gato (2009). Em 2010, participou das séries As Cariocas, de Daniel Filho, e Afinal, o que Querem as Mulheres?, de Luiz Fernando Carvalho. No cinema, Paola estreou no filme Entre Lençóis (2008), em que vivia a protagonista Paula. Fez ainda Budapeste (2009) e participou do infantil Eu e Meu Guarda-Chuva (2010).